sábado, 5 de junho de 2021

Ex-aliado de Bolsonaro denuncia envio de R$ 92 mi ao PSL: “Pior que o mensalão”

 

Deputado Junior Bozzella (PSL-SP) - Foto: Agência Câmara O deputado federal Júnior Bozzella (PSL-SP), vice-presidente nacional do partido e ex-aliado do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) , disse à revista Crusoé que o Palácio do Planalto distribuiu R $ 92 milhões do PSL em troca de apoio político, em dezembro de 2020. Segundo Bozzella, os recursos foram repassados ​​a aliados por emendas e se trata de um escândalo “pior que o mensalão”. “Quem acreditou nesse governo nunca imaginou que estaria construindo o governo mais corrupto da história, seja em áreas como o meio ambiente ou no toma lá da cá dentro do Parlamento”, disse ele. O nome do deputado aparece na lista dos que indicaram o destino para verbas no chamado “orçamento paralelo” , revelado pelo jornal Estadão. De acordo com ele, o então líder do partido, Felipe Francischini (PSL- PR), entrou em contato com seu gabinete informando que ele tinha o direito de indicar emendas e escolher para onde iriam os recursos. “Coube à liderança fazer a triagem com base na nossa relação política com prefeitos, com quem a gente tem ligação. Perguntaram quem a gente queria contemplar. Igual com as emendas impositivas”, afirmou. “Foi com base nesse entendimento que o [meu] gabinete fez a indicação de onze municípios pequenos com essas características. Foi bem em cima da hora. A gente não teve tempo de fazer o trabalho, o rastreamento. Coube à liderança do PSL fazer essa distribuição, beneficiando mais os deputados bolsonaristas “, ressaltou Bozzella, dizendo ter sido um dos” menos contemplados “pela quantia. Eleições da Câmara Conforme a entrevista, o deputado disse que as ofertas de recursos do suposto “orçamento paralelo” para quem apoiasse a candidatura do atual presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), ocorreram de forma “escancarada”. “Mas a cada pauta, a cada discussão, a cada revisão do orçamento, em todas essas ocorrências, são sempre levadas em conta as emendas extras que são solicitadas aos deputados e senadores”, afirmou. Quando foi questionado se o Planalto requisitou apoio do presidente da Casa ao liberar essas verbas, Bozzella alegou que “cada caso tem um acordo específico”. “Numa votação dada, liberação de ‘x’ milhões para a votação. A última (liberação) que teve foi por causa do auxílio emergencial. Aí teve mais um quantitativo para a eleição de Arthur [Lira]”. Na ocasião, Bozzella também revelou que, na época em que Bolsonaro integrava o partido, buscava o controle da sigla, mas também o financeiro. Segundo ele, o presidente que o desejo paulista – queria comandado por Eduardo Bolsonaro na época – recebesse um “volume enorme” do fundo partidário todo mês. O ex-aliado de Bolsonaro rompeu com o presidente em 2019 após racha interna no PSL. De acordo com Bozzella, ele também foi ameaçado “algumas vezes” pela família do presidente, chegando a receber escoltas da Polícia Legislativa.


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