Morreu na madrugada deste domingo, poucas horas depois de chegar aos 94 anos, Alcindo Arnaldo da Silva.
A luta do “General” Alcindo, pai do jornalista Aldemar de Almeida – meu professor na faculdade e hoje colega de trabalho – foi mais dura do que a que ele travou como combatente da Força Expedicionária Brasileira na Itália, que ele se dispôs s participar como voluntário.
A luta contra um vírus desconhecido e covarde foi mais sangrenta pois lhe tirou a vida.
O “General” como era conhecido por amigos e familiares, alcançou os 94 neste sábado.
E poucas horas depois se entregou.
Não suportava mais a luta num leito de UTI.
Abaixo, o texto do filho Aldemar neste sábado, vibrando com a força do aniversariante, e torcendo pela recuperação que não veio.
Seguindo os protocolos da covid, o General não terá velório, mas terá as orações dos que sempre lhe quiseram bem.
HOJE É O DIA DO “GENERAL”
Sim, é o dia do meu pai Alcindo Arnaldo da Silva que está completando 94 anos. Lamentavelmente, não vamos poder nos reunir, como sempre fazemos todos os anos para comemorar essa data tão importante para ele e para os seus filhos, netos, bisnetos e noras.
Isso porque o nosso “general” está hospitalizado em uma UTI do Hospital Rio Grande, travando uma batalha bem diferente da que participou há 75, anos com apenas 19 anos de idade, no Teatro de Operações da Itália como integrante da Força Expedicionária Brasileira (FEB). Agora lutando para vencer a Covid-19.
O então garoto soldado, que se alistou como voluntário e foi convocado para a Segunda Guerra, participou da Batalha de Montese, a mais sangrenta da FEB, travada de 14 a 17 de abril de 1945, onde a atuação dos brasileiros foi considerada essencial e de grande importância para a retomada da Itália pelas tropas aliadas e posterior vitória contra os alemães.
Fora do seu quartel da rua José Farache em Lagoa Seca, o nosso “general” está entrincheirado em um leito de UTI, lutando contra um inimigo invisível e covarde que ataca sem dó nem piedade um idoso guerreiro que há alguns anos já vem lutando contra os malefícios do Alzheimer.
No entanto o febiano nascido em Jucurutu, na região Seridó, de uma família chamada de os “Thereza”, sendo o único vivo de uma prole de 16 irmãos, não se acovarda.
Há 15 dias, desarmado e com as forças bastantes reduzidas, está enfrentando com altivez, fé e a proteção de Deus, o inimigo destruidor que mesmo escondido, sem mostrar a cara, está matando por matar os seres humanos.
Os parabéns no seu dia general, pela sua bravura, pela sua resistência, do seu mais fiel soldado.
Acredito que também vai sair vitorioso dessa batalha, para voltar ao QG da José Farache.
Aldemar de Almeida
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