A Lagoa do Piató, localizada no município de Assu, na margem esquerda do Rio Piranhas/Açu-RN, encontra-se sob as coordenadas geográficas de 37º log. WG e 5º 30’lat. S, abrange uma área em torno de 18km de extensão por 2,5 de largura e 10m de profundidade na época das cheias.
A pesca artesanal constitui-se como a principal fonte de renda e sustento para as cinco comunidades localizadas no entorno da Lagoa do Piató (Porto Piató, Areia Branca, Bela Vista, Banguê e Olho d’água), com uma população de aproximadamente 600 famílias. Tais populações alternam entre a pesca e a agricultura de subsistência, dividindo seu tempo entre o cultivo de alimentos, a captura do peixe e a confecção e remendo das redes de pesca. No período que vai de outubro a fevereiro se tem a maior produção pesqueira. A distribuição das atividades produtivas ligadas à pesca e agricultura depende da determinação climática, sendo o período de estiagem favorável à pesca e o chuvoso à agricultura.
A seca, além de ser um problema climático, é uma situação que gera dificuldades sociais para as pessoas que habitam na localidade, porém é um fenômeno natural para o semiárido do Nordeste Brasileiro. Com a escassez d’água, torna-se impossível o desenvolvimento da agricultura e da pesca local. Desta forma, a seca provoca a ausência de recursos econômicos, gerando fome, miséria, impotência e vulnerabilidade da população.
Muitas vezes, as pessoas precisam andar durante horas, sob sol inclemente e forte calor, para conseguir ter acesso a água, por vezes suja e contaminada.
A Lagoa do Piató é o maior reservatório natural d’água doce do Rio Grande do Norte, no ano de 2014 atingiu o seu nível mais crítico dos últimos anos, ou seja, SECOU, afetando sensivelmente, cerca de 3 mil pessoas que utilizam as águas e o ecossistema da Lagoa como fonte de renda.
A proposta de revitalização da Lagoa do PIató inclui a participação da Comunidade, Classe Acadêmica do Rio Grande do Norte, Governo do Estado e União, e contempla estudos e ações, no que concerne ao desassoreamento da área da bacia, reflorestamento das margens com plantas nativas, recompondo a mata ciliar, desobstrução do canal do Rio Panon e estudo de viabilidade técnica da construção de uma estação elevatória no Rio Piranhas/Açu, com um canal de alvenaria até a Lagoa.
Neste sentido, está lançado o desafio ao Secretário de Recursos Hídricos e Meio Ambiente, Ivan Lopes Junior, homem de imenso prestigio junto ao Governo do Estado, fazer as ações propostas acontecerem levando a sério os anseios da população que vivem no entorno da lagoa, evitando o populismo político do Governador Robson Farias, que em 05 de janeiro de 2015, chegou a afirmar em reunião na comunidade do Porto do Piató, que em 30 dias resolveria o problema da Lagoa, fazendo a população acreditar em tal bravata.
Assu-RN, 29 de março de 2017.
Antonio de Paula Batista
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