Os médicos da Cooperativa Médica do Rio Grande do Norte (Coopmed/RN) suspenderam as cirurgias eletivas custeadas pela Prefeitura de Natal com recursos do SUS, iniciando um novo caos na rede hospitalar na capital, em especial no Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel, e, por consequencia também no Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU 191).
“O quadro desesperador. Realmente muito preocupante. Ontem, a governadora Rosalba Ciarlini ligou pessoalmente para o prefeito interino Paulinho Freire e se comprometeu em ajudar no que ajudar no que for possível. Ela quer uma solução imediata”, revela Luiz Roberto, coordenador do Samu Metropolitano, lembrando que nesta quinta-feira (22) está agendada uma reunião às 8h da manhã.
Os cooperados cobram dívida de R$1,8 milhão ao prefeito interino Paulinho Freire deixada pela gestão passada. Esta é a mesma conta cobrada há poucas semanas quando a prefeita ainda era Micarla de Sousa. Na época, Micarla pagou um mês. Os serviços de saúde são divididos entre Estado e Município, ambos custeados em parte pelo Sistema Único de Saúde do Governo Federal e outra parte com recursos próprios.
Não é 100% coberto com recursos do SUS, porque o número de atendimento nos hospitais é superior ao número de vagas cadastradas no Governo Federal. “Por exemplo, o Hospital Walfredo Gurgel tem 288 leitos cadastrados no Ministério da Saúde, porém atende, em média, 450 pacientes. Esta diferença quem paga é o Estado”, explica o médico Luiz Roberto.
No serviço de saúde pública é feito em cadeia. Cabe ao governo do Estado receber o paciente na estrutura de emergência urgência, estabilizar o quadro de saúde e encaminhá-lo para o tratamento complementar (eletivo), que é de responsabilidade da Prefeitura. Como a Prefeitura Natal não cumpre sua parte resta ao paciente ficar na estrutura hospitalar do Estado, gerando o caos.
Assim como da outra vez que a Prefeitura de Natal deixou de pagar aos médicos, já começa a juntar pacientes no corredor do Hospital Walfredo Gurgel em situação muito grave aguardando por cirurgias complementares e com quadro de saúde evoluindo para situação de UTI. Entre os pacientes, inclusive, existem crianças carecendo de atendimento de saúde ortopédica.
É o caso de Yuri Kauan Marques da Silva, de 4 anos, com fêmur e bacia quebrados. Segundo a professora do garoto, Vanessa Peixoto, que denunciou o descaso nas redes sociais, a criança estava gritando de dor nesta terça-feira (19) na pediátrica do Hospital Walfredo Gurgel e não havia como fazer a cirurgia ser feita devido a greve dos médicos.
No caso desta criança, o secretário de saúde do município de São Gonçalo do Amarante, Jalmir Simões, interferiu e conseguiu que um amigo dele, que é médico, agilizasse a cirurgia no Hospital Médico Cirúrgico, em Natal. A transferência aconteceu no mesmo dia. Neste caso, houve o socorro, os demais pacientes continuam no corredor. Não são poucos.
Além dos problemas sérios causados aos pacientes no Walfredo Gurgel, a superlotação termina por prejudicar também o socorro aos pacientes feitos pelo SAMU na região metrolitana de Natal, especialmente as ambulâncias com estrutura de UTI. Hoje (21) pela manhã, pelo menos três ambulâncias com unidade de UTI estavam paradas na frente do hospital aguardando equipamentos e maca.
Neste caso específico, o médico Luiz Roberto disse que não existe uma solução sem que os hospitais voltem a funcionar corretamente.
Coopmed/RN divulgou a lista dos locais onde os atendimentos estarão paralisados:
Samu Natal (parcial),
Caps Samu – psiquiatria (total),
Caps ambulatório (parcial),
Hospital dos Pescadores (total),
Posto de Cidade Satélite (parcial),
Posto de Mãe Luiza (total),
Hospital Sandra Celeste (parcial),
Maternidade de Felipe Camarão (total),
Maternidade das Quintas (parcial),
Maternidade Leide Morais (parcial)
Ambulatórios de Guarapes, Km6, Nova Natal I e II, Soledade I, Panatis, Vale Dourado, Parque das Dunas, Gramoré, Rocas, Ponta Negra, Pompéia, Ceasi e Cidade da Esperança.
Samu Natal (parcial),
Caps Samu – psiquiatria (total),
Caps ambulatório (parcial),
Hospital dos Pescadores (total),
Posto de Cidade Satélite (parcial),
Posto de Mãe Luiza (total),
Hospital Sandra Celeste (parcial),
Maternidade de Felipe Camarão (total),
Maternidade das Quintas (parcial),
Maternidade Leide Morais (parcial)
Ambulatórios de Guarapes, Km6, Nova Natal I e II, Soledade I, Panatis, Vale Dourado, Parque das Dunas, Gramoré, Rocas, Ponta Negra, Pompéia, Ceasi e Cidade da Esperança.
Reunião – Luiz Roberto disse que ele o secretário de Saúde Esaú Andrade já agendaram uma reunião com o representante dos médicos, a promotora de Justiça, Prefeitura de Natal, para às 8h desta quinta-feira. Querem uma saída imediata. ”O quadro é desesperador e a governadora Rosalba Ciarlini quer uma solução o quanto antes”, destaca Luiz Roberto.
Saúde Municipal - A capital do Rio Grande do Norte, Natal, é a única do País que não tem hospital próprio de terapia intensiva e nem complementar/eletivo. E, o pior, com população na Grande Natal já ultrapassando a casa de 1,2 milhão de habitantes, segundo o médico Luiz Roberto, a Grande Natal não acompanhou, nos serviços de saúde, o crescimento populacional e o tipo de população. “Trata-se de uma cidade que houve um crescimento acentuado da população acima de 60 anos e o Poder Público não fez o serviço de saúde crescer proporcionalmente”, lembra o coordenador Luiz Roberto.
Saúde Municipal - A capital do Rio Grande do Norte, Natal, é a única do País que não tem hospital próprio de terapia intensiva e nem complementar/eletivo. E, o pior, com população na Grande Natal já ultrapassando a casa de 1,2 milhão de habitantes, segundo o médico Luiz Roberto, a Grande Natal não acompanhou, nos serviços de saúde, o crescimento populacional e o tipo de população. “Trata-se de uma cidade que houve um crescimento acentuado da população acima de 60 anos e o Poder Público não fez o serviço de saúde crescer proporcionalmente”, lembra o coordenador Luiz Roberto.
Fonte: Jornal de Fato/Cézar Alves/Da Redação
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