Um determinado rei, saiu, certo dia, trajando-se como qualquer cidadão comum, encaminhou-se para a prisão do reino a fim de visitar os encarcerados, e fez absoluta questão de falar com cada detento em particular e a cada um dirigiu a mesma pergunta, demonstrando também o mesmo interesse em ouvir:
- Qual é o motivo que o trouxe para cá e qual é a sua sentença? - indagava.
Escutou pacientemente a resposta de cada um e acabou desanimado com o que ouviu. Quase toda a população carcerária apresentou, de uma ou de outra forma, a sua inocência - vítima de falsos amigos, engano das testemunhas, erro judiciário e assim por diante. Terminado o período de visitas, enquanto se retirava, ele viu, debruçado na grade, um homem triste e visivelmente arrasado. Para ser justo, dirigiu-lhe também a mesma pergunta, que vinha fazendo a todos os demais, ao que o homem respondeu:
- Desde bem criança fui rebelde e indisciplinado. Com isso fiz sofrer demais os meus velhos pais. Tornei-me homem, porém, nunca enfrentei o trabalho dignamente. Assim, para sobreviver eu comecei a roubar e, então, de erro em erro não me permiti amadurecer nem raciocinar e me firmar em um caminho seguro; até que, preso por furto e vadiagem, vim parar na prisão.
Consciente dos seus erros premeditados e cultivados, aquele homem assumiu a sua culpa, concluindo a conversa com esta confissão:
- Minha vida está arruinada por minha própria culpa e agora eu sofro com justiça a punição dos erros cometidos.
Naquela mesma hora, o rei ordenou a sua libertação, dizendo:
- Ainda poderemos esperar alguma mudança. Os outros têm que ficar!
Procurar justificar as falhas inocentando-se de qualquer culpa foi o que Adão e Eva já fizeram, logo de
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