Fotos: Divulgação
O jornalista, consultor político e professor titular da Universidade de São Paulo (USP), Gaudêncio Torquato(foto), fez uma análise sobre o novo cenário político do Rio Grande do Norte após o rompimento do vice-governador Robinson Faria (PSD).
Potiguar, ele acompanha de longe, porém com assiduidade e precisão, a cena política do Rio Grande do Norte.
Gaudêncio Torquato avaliou que a decisão da governadora de nomear para o núcleo central do Governo auxiliares advindos da época em que era Prefeita de Mossoró, pode gerar uma "mossorolização do Estado e causar certa indignação por parte dos natalenses".
"Se ela centrar seu governo muito em cima da assessoria que vem desde a época de prefeita vai ser daqui a pouco carimbada como o estado central de Mossoró", destacou.
Sobre o rompimento com o vice-governador, Torquato assinalou que o Estado ganha, pelo menos do ponto de vista estratégico, com o fortalecimento de uma base oposicionista, segundo ele, praticamente inexistente até então.
"Víamos um bloco mais ou menos homogêneo em torno da governadora e agora se forma um grupo na oposição que com vistas no futuro está mais forte", disse o jornalista.
Nova oposição
O peso da nova oposição, de acordo com o professor, não está na força da ex-governadora Wilma de Faria e sim em torno do vice-governador Robinson Faria. Ele acredita que diante dos fatos revelados nos últimos dias pelos protagonistas da política potiguar, em médio e longo prazos se tenha condição para o fortalecimento de uma base oposicionista para o Governo.
"Evidentemente que Robinson, com seu perfil mais jovem, tem condições sem dúvida de ganhar densidade no quadro estadual, vez que já foi presidente da Assembleia por três vezes e tem o apoio de um grupo de deputados e prefeitos, que ainda o acompanham", enfatizou o consultor.
A forma como se deu o rompimento do vice-governador com o sistema comandado por Rosalba Ciarlini, segundo Torquato, é mais um ponto em favor de Robinson Faria. Isso porque, explicou ele, a suposta humilhação sofrida, quando da negativa em renomeá-lo para a Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos, dá ao caso um ingrediente emotiva muito forte no processo.
A forma como se deu o rompimento do vice-governador com o sistema comandado por Rosalba Ciarlini, segundo Torquato, é mais um ponto em favor de Robinson Faria. Isso porque, explicou ele, a suposta humilhação sofrida, quando da negativa em renomeá-lo para a Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos, dá ao caso um ingrediente emotiva muito forte no processo.
"Emocionalmente pode ter um plus. Eu acho que isso contribui para acirrar ainda mais os ânimos", complementou o professor da Usp.
Gaudêncio Torquato assinalou ainda que o vice-governador pertence a um partido considerado o "pêndulo" do cenário federal, uma vez que nasceu como partido independente. "Eu vejo o PSD como balança do Governo Federal e ninguém pode dispensar uma força dessas", destacou o professor.
Gaudêncio Torquato assinalou ainda que o vice-governador pertence a um partido considerado o "pêndulo" do cenário federal, uma vez que nasceu como partido independente. "Eu vejo o PSD como balança do Governo Federal e ninguém pode dispensar uma força dessas", destacou o professor.
Quadro político imprevisível
Ele disse que apesar dos indícios apontados, o quadro político futuro é imprevisível, sobretudo porque em política não se pode precisar cenários com tanta antecedência.
Vai depender, atestou ele, de como anda a economia e de como a população analisará o atual governo.
"Quem manda na política hoje é o bolso. O cidadão sente primeiro o bolso que alimenta o estômago. Se em 2014 a governadora Rosalba estiver muito bem, parabéns, ela vai ser reeleita. Se estiver capenga e não tiver conseguido cumprir as promessas de campanha sobrará para ela a derrota e quem está na oposição vai ganhar com isso", finalizou Gaudêncio.
Fonte: Jornal Tribuna do Norte
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