“Voltei a fazer o que eu sempre fiz e gosto de fazer, conversar com as pessoas e saber o que elas acham. Se estão sentindo minha falta como deputado federal, se fui importante para o Rio Grande do Norte em algum momento e se posso voltar a ser, se eu deveria estar lutando mais, como lutei pelo Estado no Congresso Nacional. É isso que eu quero ouvir. A partir daí, no tempo certo, é que vou decidir se serei ou não candidato a deputado federal”. Com essas palavras, o ex-deputado federal e ex-ministro Henrique Alves (MDB), falou sobre a possibilidade de disputar uma vaga na Câmara Federal este ano, pelo Estado.
Henrique disse que retomou sua antiga rotina de viagens aos municípios do Rio Grande do Norte, para visitar amigos, conhecidos e correligionários no interior. Neste fim de semana, os pontos escolhidos foram Caicó e São João do Sabugi, já nesta terça-feira 18, será a vez dos mossoroenses o receberem. Enquanto não decide se aceitará enfrentar o pleito eleitoral ou não, Henrique falou sobre seus mais de 44 anos como deputado federal pelo Estado, fez uma rápida avaliação do governo Fátima Bezerra (PT) e da gestão do primo Walter Alves à frente do MDB potiguar, em entrevista à 94 FM Natal, nesta segunda-feira 17.
“Qualquer candidatura, para o cargo que seja, você não faz por sua vontade própria. Você tem que interpretar aquilo que as pessoas transmitem a você e entender o que deseja a população. Eu só tenho a agradecer ao Rio Grande do Norte pelos 11 mandatos consecutivos que me deram, e através dele, representando o Estado e o MDB, fui líder de uma bancada de 82 deputados na época e, por aclamação, seis vezes, cheguei à presidência da Câmara dos Deputados, tudo isso já fui por generosidade e confiança do povo do RN”, disse o ex-deputado.
Henrique afirmou que, caso decida se candidatar este ano, será pelo mesmo MDB que o acolheu há mais de 50 anos atrás. “Se eu for candidato a deputado federal, não estou no MDB, eu sou o MDB. Me imaginar fora do MDB seria trágico, se não fosse cômico. O partido não tem dono. Nunca teve. Seria indigno imaginar isso. Fui presidente do partido por mais de 10, 15 anos e nos 44 anos que fui parlamentar, fui membro titular da executiva nacional, que hoje nem existe mais essa titularidade”, afirmou.
O ex-deputado falou ainda sobre os rumos do MDB nacional, que lançou a pré-candidatura da senadora Simone Tebet (MS) à presidência da República e também sobre qual será seu posicionamento sobre as eleições majoritárias no Estado. “Não há hipótese de o MDB nacional ter uma posição e Henrique Eduardo Alves ter outra. Eu sempre vou ouvir Baleia Rossi, Michel Temer, a executiva do partido e vamos aguardar a decisão do MDB em nível nacional. Esse dever temos que ouvir. A partir daí, as questões estaduais vão se encontrando”, salientou.
Ele ainda falou sobre a gestão de seu primo como presidente estadual do MDB, o deputado federal Walter Alves, e lhe desejou sucesso. “Você não constrói um partido só, tem que atender aos deputados estaduais, federais, aos prefeitos e aos vereadores, que é uma parte muito importante, porque que estão na base. Você tem sempre que ouvir esse segmento, precisamos ouvir as bases, os municípios, não importa o tamanho, saber o que o correligionário pensa, como eles pensam o RN hoje, tem que ser conversado, ouvido com muita sensibilidade e foi assim que eu e Garibaldi fizemos o MDB. Faço votos que ele (Walter) faça uma presidência correta, porque o partido merece”, enfatizou.
Governo Fátima
Questionado sobre qual avaliação ele faz da gestão da governadora Fátima Bezerra, Henrique Alves respondeu que a petista tem enfrentado muitas dificuldades causadas, sobretudo, pela atual conjuntura nacional, abalada por crises sucessivas na economia e saúde. Ele citou ainda o clima de alta intolerância entre os brasileiros, acirrado nos últimos anos por debates ideológicos e político-partidários.
“Tenho muito respeito pela governadora Fátima. Nada que desabone sua conduta como deputada federal, senadora, governadora. Uma pessoa séria, honesta, trabalhadora, essa é a pessoa, a Fátima, que eu conheço. Eu não tenho conversado com ela, mas seu governo tem vivido na conjuntura nacional, pegando juros batendo meta, inflação estourando meta, preço da energia elétrica e intolerância absurda e inaceitável nesse país. Então, isso tudo atrapalha o investimento, a credibilidade”, afirmou.
Henrique citou ainda a questão da pandemia de Covid-19, que já dura quase dois anos e que, apesar da vacinação em massa da população adulta, ainda encontra forças diante da mutação do vírus e do surgimento de novas cepas. “É um momento conjuntural muito grave para o país e para o RN. Então, a governadora tem vivido esse momento difícil, mas, como cidadão, não podemos torcer contra o governo, afinal, você mora aqui e sonha um futuro melhor e desejo um melhor recomeço. Mas, vejo muitas dificuldades conjunturais que atrapalham, portanto, a condução do Estado, apesar de todo esforço que ela (Fátima) faz”, lamentou.
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