sexta-feira, 10 de setembro de 2021

PSD, a pedra no sapato dos Faria



 Gilberto Kassab com o ex-governador Robinson Faria e o atual ministro das Comunicações Fábio Faria. Foto: Reprodução

O então governador Robinson Faria embarcou no Partido Social Democrático (PSD), de Gilberto Kassab, navegou em mar de águas tranquilas no período em que administrou o Rio Grande do Norte e até que conseguiu eleger o seu filho, Fábio Faria, à duras penas, a deputado federal.

À época da navegação, ajudado por calmos ventos, o então governador Robinson, filho do quase governador Osmundo Faria, demonstrou um prático desempenho ao constituir novos diretórios municipais e ao engordar uns tantos outros com as participações de prefeitos, ex-prefeitos e vereadores fazendo crescer o seu PSD, que galhardamente exibia quase uma centena de organizações partidárias municipais.

Embora não lograsse êxito na tentativa de sua reeleição, cujo desgaste maior se concentrou na opção involuntária de atrasar os salários de servidores, Robinson mostrou à direção nacional do seu PSD a força em eleger 1 deputado federal e 3 deputados estaduais. Não demorou muito e, enquanto dois dos seus deputados estaduais criavam rusgas com o seu PSD, o seu próprio filho, Fábio, o federal, depois de licenciado do mandato para assumir o Ministério das Comunicações na gestão Bolsonaro, decidiu e anunciou deixar as fileiras do partido que o abrigou para chegar ao Congresso Nacional. Mesmo assim, Robinson continuou prestigiado pela direção nacional de seu PSD e mesmo sabendo que seria complicado conciliar os seus interesses políticos com os de Fábio – agora bolsonarista de carteirinha – se agarrou à Kassab e ficou aguardando os acontecimentos.

Até o momento, Fábio, que tem pretensões de se tornar Senador pelo RN apoiando o presidente Bolsonaro em sua reeleição, ainda não definiu a sua nova sigla partidária, mas o partido por qual se elegeu, o PSD, presidido no Estado pelo seu pai, Robinson, já está definido, nas palavras do presidente nacional, Gilberto Kassab, que vai também engrossar fileiras na tentativa de viabilizar o impeachment de seu chefe Bolsonaro, ainda sem partido.

Assim, a situação política fica ainda mais complicada para o ex-governador Robinson Faria administrar. Um grande dilema. Como vai ser a convivência de Robinson com o seu partido, o PSD, arquitetando cassar o mandato do chefe de seu filho, Fábio? É o mesmo que dizer que o partido de Robinson está querendo desalojar o seu filho do Ministério das Comunicações. Dá para entender? Aliás, dá para conviver com uma situação dessa?

Na verdade, o ministro Fábio Faria já anunciou e consolidou a sua saída do PSD, mas o PSD continua a ser uma pedra no sapato de Fábio. E de Robinson também.

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