O ano é 1908. O farmacêutico paraibano Jerônimo Rosado após 18 anos morando em Mossoró decide entrar na política local e se elege intendente, cargo equivalente ao de vereador nos dias atuais.
Na década seguinte, mais precisamente em 1917, ele assume o posto de chefe da intendência, o equivalente ao cargo de prefeito na época.
Após a sua morte em 1930 seus filhos aos poucos vão ocupando espaço na política e a partir de 1948 assumem o controle da cidade por 70 anos, salvo duas curtas interrupções com Antonio Rodrigues de Carvalho (1969/73) e Francisco José Junior (2014/16), sendo que este último foi eleito com o apoio de parte da família tradicional.
Os Rosados conquistaram o Governo do Estado, elegeram senadores, chegaram a ter três deputados estaduais e dois federais simultaneamente e dominaram a política local mesmo quando se dividiram politicamente.
Nos anos 2000, quando o empresário Marcelo Rosado ensaiava entrar na política, o jornalista Nilo Santos (in memoriam) chegou a cunhar a frase “os Rosados são governo, oposição e alternativa”.
Depois do auge entre a segunda metade da década de 2000 e o início dos anos 2010, os Rosados entraram em decadência. Não elegem representantes na Assembleia Legislativa desde 2010 (Larissa retornou na legislatura passada graças a um arranjo político) e agora perderam a última cadeira de deputado federal que vinha sendo mantida por Beto Rosado (PP) graças a uma controversa decisão judicial.
Em 2020, a então “imbatível” Rosalba Ciarlini (PP) foi derrotada por Allyson Bezerra (SD). Foi a primeira vez em 52 anos que alguém chegava a Prefeitura de Mossoró sem o apoio de nenhum Rosado.
Como em 1908, a oligarquia está resumida a um mandato de vereadora conquistada a duras penas por Larissa (PSDB), bisneta do “Velho Rosado”.
Ironicamente a família, que foi tão poderosa separada, vive o ocaso reunida politicamente. Nas eleições os ramos de Sandra, Fafá e Rosalba/Carlos Augusto estiveram no mesmo palanque.
Os Rosados voltaram ao patamar de 1908.
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