Em 52 anos esta é a primeira derrota de fato dos Rosados numa eleição para prefeito de Mossoró. Em 2014, Francisco José Junior contou com o apoio velado da então governadora Rosalba Ciarlini e o explícito da ex-prefeita Fafá Rosado.
Isso mostra que nos últimos 72 anos, a contar do mandato conquistado por Dix-sept Rosado em 1948, a Prefeitura de Mossoró quando não esteve nas mãos de um Rosado esteve com um indicado deles.
O prefeito eleito Allyson Bezerra (SD) repete Antônio Rodrigues de Carvalho, mas com um detalhe que se diferencia: não tinha uma liderança estadual da envergadura de um Aluízio Alves lhe dando suporte.
Os Rosados perdem uma eleição para Prefeitura de Mossoró pela segunda vez em 72 anos. Isso acontece num momento em que eles estão totalmente unificados como ocorria até meados dos anos 1980.
A reunificação se deu pela hegemonia de uma ala sobre outra. Quando se enfrentavam entre si, a ala roalbista teve predominância sobre a sandrista. Em sete eleições só perderam uma, em 1992, num contexto em que Dix-huit ainda era o maior eleitor da cidade.
A força do rosalbismo aniquilou o sandrismo de tal forma que a união se consolidou em 2016. Em 2020, a ex-prefeita Fafá Rosado que estava escanteada da política também apoiou Rosalba.
Os Rosados caíram juntos dez anos após o seu apogeu.
Separados tiveram dois deputados federais, chegaram a ocupar três cadeiras na Assembleia Legislativa e chegaram ao Governo do Estado e Senado.
Juntos foram derrotados e viram sua influência política e eleitoral decair.
A partir de 2021 não terão mais o controle do Palácio da Resistência e seus mandatos estarão reduzidos ao de Larissa Rosado (PSDB), na Câmara Municipal, e o de Beto Rosado (PP), no Congresso Nacional. Este último tem caráter provisório, diga-se de passagem.
A família Rosado pode está trilhando um caminho irreversível.
A união das duas principais alas permitiu o surgimento de novas lideranças. Em 2016 foi Tião Couto que não se consolidou. Em 2018 as novidades foram Allyson Bezerra e Isolda Dantas (PT), eleitos deputados estaduais.
Um será prefeito. A outra pode se reposicionar politicamente como principal liderança de oposição nos próximos quatro anos, apesar da votação abaixo do esperado e prejudicada pela migração de eleitores em nome do voto útil.
A decadência política dos Rosados está em curso e seguirá com a renovação do eleitorado. Mas há meios para a reversão ainda que dependam bastante de um mau desempenho do futuro prefeito.
Os Rosados foram derrotados, estão politicamente na UTI e os aparelhos em que respiram politicamente estão sustentados em dois mandatos.
As duas próximas eleições (2022 e 2024) podem selar o fim da hegemonia rosadista na politica mossoroense.
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