quinta-feira, 19 de maio de 2016

Serra promete mudança radical e política externa ‘sem partidarismo’

 

16139203Foto: Pedro Ladeira/Folhapress
Por interino
Em seu primeiro discurso à frente do Itamaraty, o chanceler José Serra apresentou dez novas diretrizes para o órgão e afirmou que o país deixará de guiar sua diplomacia por interesses “de um governo ou um partido” em favor das prioridades do “Estado e da nação”.
Serra afirmou que o Brasil passará a priorizar acordos bilaterais e fez uma menção específica à Argentina como parceiro preferencial na América Latina.
O chanceler disse que o multilateralismo priorizado pelo país na última década fracassou e deixou o Brasil fora dos acordos bilaterais que alçaram economias de outras nações.
No discurso, também procurou neutralizar os temores de que terá foco apenas no comércio exterior e disse que a pasta não abandonará as “tradições diplomáticas”.
Num recado claro a países como a Venezuela, disse que o Itamaraty será vigilante a violações da “democracia, liberdades e direitos humanos em qualquer país”.
Ele ainda prometeu que atuará fortemente em fóruns de discussão sobre o meio ambiente e destacou que o Brasil deve liderar as decisões nessa área por ter em seu território a Amazônia e a maior reserva de água doce do mundo. Segundo ele, investimentos nessa área podem trazer recursos de instituições internacionais preocupadas com a questão.
O chanceler fez um forte aceno ao corpo diplomático e servidores do órgão ao prometer se esforçar para tirar o Itamaraty do estado de”penúria” no qual ele se encontra.
Já na abertura de sua fala, ele mencionou as dificuldades financeiras do órgão e brincou com o ministro do Planejamento, Romero Jucá, a quem, como mostrou a Folha, reivindicou a destinação de mais de R$ 800 milhões para cobrir um rombo deixado pela administração da presidente afastada, Dilma Rousseff.
“Vamos recuperar a capacidade de ação do Itamaraty. Nossa diplomacia terá que gradualmente se atualizar e se modernizar”, disse. “A diplomacia do século 21 não pode repousar sua ação na exuberância da retórica. Deve fazer a um só tempo o discurso político e o resultado concreto.”
Folha Press

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