segunda-feira, 8 de junho de 2015

Dilma acusou, mas quem tira comida do trabalhador é ela, diz Marina

Dilma acusou, mas quem tira comida do
trabalhador é ela, diz Marina
MARINA UOL
Marina:"Não serei candidata em 2016; em 2018, não sei"
Fernando Rodrigues - Do UOL, em Brasília
Candidata a presidente em 2010 e 2014, Marina Silva analisa assim o atual momento político brasileiro: "A campanha [de Dilma Rousseff] tratou os adversários de uma forma injusta. Aquela propaganda onde sumia a comida da mesa das pessoas e era entregue o dinheiro para os banqueiros, atribuídos a minha pessoa. Tirar a comida da mesa dos trabalhadores é o que está acontecendo agora".
A ex-senadora pelo Acre se refere ena uma das principais peças publicitárias da campanha eleitoral de 2014. O marqueteiro petista João Santana sugeria que Marina, se eleita, iria privilegiar banqueiros. Na tela da TV aparecia uma família comendo e os pratos sumiam –e a próxima imagem era de banqueiros sorrindo.
Em entrevista ao programa "Poder e Política", do UOL, Marina disse que o ajuste fiscal está sendo feito de maneira errada. Crê que as medidas de contenção propostas por Dilma Rousseff punem de maneira excessiva os trabalhadores.
"Quando você vê milhares e milhares de empregos desaparecendo no comércio, na indústria, na construção civil... Esses trabalhadores sim, estão perdendo os seus meios para alimentar a sua família", afirma a acriana.
A retórica de Marina é mais afiada do que foi na campanha de 2014, quando suas respostas eram menos beligerantes. Agora, a ex-petista é usa um tom mais direto:
"Esse segundo mandato da presidente Dilma é Dilma denunciando Dilma. Porque ela está sucedendo ela própria. O presidente Lula, quando assumiu o seu primeiro governo, amaldiçoou a herança que recebeu. A presidente Dilma é a herança dela própria. Todos os problemas que hoje estão acontecendo foram criados por ela".
Aos 57 anos e no momento ainda formalmente filiada ao PSB, Marina se dedica a criar a Rede Sustentabilidade. O partido não ficou pronto em 2014.
No final de maio, a Rede finalmente conseguiu todas as assinaturas necessárias para tentar novamente receber o registro definitivo do Tribunal Superior Eleitoral. A expectativa é que esse processo ocorra até setembro, a tempo de lançar candidatos nas eleições de prefeitos e de vereadores em outubro de 2016. No Brasil, é necessário que o político esteja filiado a um partido pelo menos 12 meses antes de se candidatar.
Cogita disputar algum cargo nas eleições municipais de 2016? A resposta é curta:
"Não". E em 2018, será candidata a presidente? "Ainda não sei. Eu não tenho como objetivo de vida ser presidente do Brasil. Eu tenho como objetivo de vida que o Brasil seja um país economicamente próspero, socialmente justo, culturalmente diverso e ambientalmente sustentável. Se para isso tiver que ser presidente da República, eu já me dispus por duas vezes. Mas não significa que deva sê-lo o tempo todo".
Nesta entrevista ao UOL, Marina disse que a relação da Rede com o PSB é cordial e que alianças eleitorais em 2016 vão depender de acertos locais.

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