sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

Uma questão de sobrevivência em três atos


Fechados em si, em seus sobrenomes e em seus princípios de autossuficiência familiar, superioridade genética e divinização política, o clã Rosado está em xeque neste 2014.
Não é o fim, mas há sinalizadores de enormes dificuldades à continuidade do poder que se arrasta há mais de seis décadas.
Rosalba e Sandra; primas, adversárias, mas não tão distantes assim...
Precisará realizar ainda mais contorcionismos para continuar imperando de forma inconteste em Mossoró, sem adversários.
Numa provável eleição municipal em 2014, a família que se dividiu em três partes estará garroteada por escassez de nomes com densidade eleitoral e verniz popular, por barreiras legais e falta de estrutura pública escancarada para financiar suas campanhas.
O esquema da governadora Rosalba Ciarlini (DEM) não tem candidato. A escapatória pode ser apoiar outro nome de fora  do sistema (como o prefeito provisório Francisco José Júnior-PSD) ou arriscar tudo ou nada com a secretária da Infraestrutura do Estado, imberbe em disputas eleitorais, Kátia Pinto.
No esquema Rosado original, liderado pela deputada federal Sandra Rosado (PSB), a situação é delicada também. Sua filha Larissa Rosado (PSB) pode ser candidata a prefeito pela quarta vez consecutiva, com parcos recursos financeiros à campanha e sob peso de concorrer sob uma liminar, haja vista que está inelegível.
Na facção da ex-prefeita Fafá Rosado (PMDB), o contorcionismo é para se ter uma sobrevida. Está dividida em três frentes partidárias: DEM, PMDB e PV.
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Cada uma delas deve escolher candidatura distinta para apoiar em eventual pleito suplementar. Em seguida, a lógica ensina que todos ficarão debaixo da árvore frondosa de quem vencer.
Os três blocos Rosado têm sérios problemas à sobrevivência a médio prazo.
Rosalba pode ter inelegibilidade mantida – conforme decisão recente do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) por oito anos – a contar de 2012.
Fafá Rosado é investigada por deslizes em sua gestão, como negócios estranhos com o chamado Cartel dos Combustíveis.
Larissa tem mandato de deputada estadual mantido por liminar e pode não concorrer sequer à reeleição ou mesmo à prefeitura. São também oito anos de inelegibilidade a partir de 2012.
Chegou o tempo. Na verdade, passa do tempo dos Rosados oxigenarem seus grupos, ofertarem espaços a outros militantes, antigos ou novos colaboradores.
É uma questão de sobrevivência.
Se não ocorreu até hoje por iniciativa própria e sensatez, acontecerá no “tranco”, de forma compulsória.
E, claro, sempre haverá a ponte da reaproximação, fórmula de reunificação que pode ser utilizada em caso mais extremo. Está na pauta, como já esteve antes e até bem poucos meses.
Repito: é uma questão de sobrevivência.
Categoria(s): Opinião da Coluna do Herzog

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