domingo, 7 de agosto de 2011

Jornal diz que Henrique Alves indicou ex-mulher para integrar cabide de emprego no Ministério da Agricultura, comandado por um ministro do PMDB


Na semana passada o Ministério da Agricultura foi alvo de denúncias por parte do irmão do líder do governo no Senado, Romero Jucá, senador do PMDB.

A denúncia causou o maior frisson em Brasília, já que o Ministério da Agricultura é comandado por um integrante do PMDB, o ministro Wagner Rossi.

Assim que a denúncia chegou à imprensa, o deputado federal Henrique Alves foi um dos primeiros a sair em defesa do ministro do PMDB.

Após o ministro ser ouvido na Comissão de Agricultura da Câmara, Henrique declarou: “O ministro Wagner Rossi concluiu sua fala com clareza e honestidade. Queremos sair daqui com a honra erguida”, disse o deputado.

Pois bem. A revista “Veja” deste final de semana levanta indícios de que mais um esquema de desvio de recursos e dilapidação do patrimônio público corroi o Planalto.

Desta vez, os escândalos envolvem o Ministério da Agricultura, tendo a Companhia Nacional de Abastecimento, a Conab, como posto avançado, e o ministro Wagner Rossi, do PMDB, como virtual comandante do esquema.

Para completar, o jornal Folha de S.Paulo deste domingo(7) publica reportagem afirmando que o ministro do PMDB transformou a Conab num verdadeiro cabide de emprego para acomodar parentes de lideranças peemedebistas.

Uma das pessoas que teriam sido beneficiadas seria a ex-mulher de Henrique Alves, Mônica Azambuja, com um cargo na Conab, por indicação do parlamentar potiguar.

Confira a reportagem da Folha:

O ministro da Agricultura, Wagner Rossi, transformou uma empresa pública, a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), num cabide de empregos para acomodar parentes de líderes políticos de seu partido, o PMDB.

O loteamento começou quando Rossi dirigiu a estatal, de junho de 2007 a março de 2010. Ele deu ordem para mais do que quadruplicar o número de assessores especiais do gabinete do presidente -de 6 para 26 postos.

Muitos cargos somente foram preenchidos, porém, depois que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva escolheu Rossi para o comando da Agricultura -o ministério ao qual a Conab responde.
 
Neste ano, já no governo de Dilma Rousseff, foram definidas 21 nomeações.

Algumas contratações foram assinadas de próprio punho pelo ministro, homem de confiança do vice-presidente Michel Temer, presidente licenciado do PMDB.

Receberam cargos, entre outros, um filho de Renan Calheiros (AL), líder do PMDB no Senado; a ex-mulher do deputado Henrique Eduardo Alves (RN), líder do partido na Câmara; um neto do deputado federal Mauro Benevides (CE); e um sobrinho de Orestes Quércia, ex-governador e ex-presidente do PMDB de São Paulo, que morreu no ano passado.

Adriano Quércia trabalhou com o filho de Wagner Rossi, Baleia Rossi, antes de se abrigar na Conab. Foi o deputado estadual Baleia Rossi quem sucedeu Quércia no comando do PMDB paulista.

Funcionários antigos da Conab disseram à Folha que nunca viram Adriano por lá -nem o neto de Benevides, Matheus. Ambos dizem que trabalham normalmente.

Os funcionários da Conab indicados pelo PMDB recebem salários de R$ 7,8 mil a R$ 10 mil por mês.  

"BANDIDOS" 
Na semana passada, outro apadrinhado peemedebista atirou a Conab no centro de um escândalo.
Oscar Jucá Neto, irmão do líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), acusou a estatal de ser um reduto de "bandidos".

Ele era diretor financeiro da Conab e foi demitido após autorizar o pagamento de uma dívida do ministério com uma empresa registrada em nome de laranjas, de acordo com reportagem da revista "Veja".

Jucazinho, como é conhecido em Brasília, alega que saiu por não ter concordado em participar de um esquema de recolhimento de propinas no ministério.

A crise na Agricultura se agravou pouco depois que a presidente Dilma fez demissões em massa no Ministério dos Transportes para afastar funcionários envolvidos com irregularidades no Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes).

O PR (Partido da República), legenda que comandava o Dnit antes das demissões, passou a cobrar que Dilma dê o mesmo tratamento a outras estatais e partidos que sejam alvo de denúncias.

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