segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Ensaio Geral
Deu na Roda Viva no Novo Jornal

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Embora dez entre dez políticos usem o chavão de que não  se pronunciam sobre hipóteses,  a semana que passou mostrou  como tais hipóteses podem  movimentar o tabuleiro político, mesmo dispensando seus pronunciamentos.
Quando tudo indicava que a governadora Rosalba Ciarlini corria o risco de se transformar em refém do seu vice, Robinson Faria, um novo movimento indicou a possibilidade de que pode haver uma completa mudança  na correlação das forças políticas estaduais.
Tendo tido o cuidado de uma consulta prévia à governadora Rosalba Ciarlini, Robinson entrou de cabeça na criação do PSD do prefeito Gilberto Kassab, que na sua origem representava uma posição hostil ao DEM, partido que tem na presidência nacional o senador José Agripino.
Não é novidade para ninguém que o Rio Grande do Norte, ao longo da história, tem conseguido administrar convergências locais com divergências nacionais, e este princípio é a base para a rearrumação nas forças  estaduais.
Robinson Faria pode ser penalizado pelo excessivo sucesso do seu projeto político. Por mais que ele tenha colocado tal projeto como elemento de fortalecimento político da governadora Rosalba Ciarlini, não faltou quem interpretasse a possibilidade do Governo fi car emparedado pelo novo partido.
Sobretudo pelo primeiros movimentos ensaiados, principalmente em relação à eleição de Natal,  quando o novo partido começou a agir sem esperar por qualquer sinalização da Governadoria.
A tentativa de fulanizar um problema nacional e estabelecer uma disputa pessoal no front local não conseguiu a necessária consistência para o  prosseguimento do antigo plano de vôo do PSD.
Presidente do DEM, empenhado – nacionalmente – em dificultar a criação de um novo partido, oriundo dos seus próprios quadros, o senador José Agripino não deu ouvidos as provocações locais.
Optou pela ação.
Um primeiro movimento foi dado no sábado da semana anterior, quando compartilhou uma viagem da governadora Rosalba Ciarlini com o ministro Garibaldi Alves a Jucurutu, revivendo o trio do voto casado – Rosa, Gari e Jajá -  complementada pela frase “estivemos, estamos e estaremos juntos  nas próximas caminhadas”, e de lá  seguiu para Pau dos Ferros com a sua correligionária para um evento partidário: Um encontro do DEM, o seu e o  partido de Rosalba.
Mas, um almoço, na última quarta-feira, na sua casa, em Brasília, com o ministro Garibaldi Alves, o deputado Henrique Alves e o ex-deputado Carlos Augusto, dispensou a necessidade de qualquer declaração.
A força da imagem bastou para demonstrar que a correlação das forças políticas do Rio Grande do Norte poderia mudar, estabelecendo muitas outras possibilidades, que além de blindar o Governo da possibilidade de dependência ao novo partido, pode conseguir agregar novas forças para a eleição de 2014.
Sem a necessidade de nenhuma declaração bombástica por parte de nenhum dos quatro participantes do almoço de quarta-feira, este  foi interpretado como o ensaio de um novo cenário.
Quem quiser que tente antecipá-lo…Ninguém sabe o duro que dei às eleições 2012, muitos dos quais hoje quase esquecidos.

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