Deputado federal Walter Alves - Foto: Luis Macedo / Câmara dos Deputados O deputado federal Walter Alves (MDB-RN) defendeu nesta quarta-feira 10 que o governo do presidente Jair Bolsonaro corte gastos em “áreas não essenciais” para permitir a volta do auxílio emergencial em 2021. Ele, no entanto, não citou que áreas poderiam ser alvo do corte. Segundo o parlamentar, a prorrogação do benefício é necessária porque o ritmo de recuperação da economia ainda está lento. De acordo com Walter, o Governo Federal precisa enxugar algumas despesas para, se possível, reimplementar o programa nos mesmos moldes do que vigorou em 2020 – ou seja, com o pagamento de um benefício de R$ 600, chegando até R$ 1.200 para mulheres chefes de família. A defesa do deputado acontece no momento em que o governo estuda voltar a pagar o auxílio, mas com um valor menor e para menos pessoas, para caber no orçamento. “Com o avanço da pandemia, a lenta recuperação econômica no Brasil e no Rio Grande do Norte, com grande parte dos empregos formais gerados a partir do turismo, comércio e serviços, afetados drasticamente em quantidade e qualidade, defendo a retomada do auxílio emergencial, se possível, aos moldes anteriores”, afirmou o deputado, com exclusividade para o Agora RN. O deputado do MDB acrescenta que, somente no Rio Grande do Norte, de acordo com pesquisa realizada pela UFRN, dos trabalhadores do turismo que declararam ter emprego, 57,8% afirmaram terem perdido toda a renda com o fim do auxílio emergencial. “O impacto nos outros setores foi igual ou até maior, como o setor da construção civil que, somente agora, começa a voltar de forma incipiente”, diz ele. Walter Alves sugeriu também que, apesar de ser a favor do auxílio, defende a obediência ao teto de gastos – emenda constitucional que, desde 2017, proíbe o governo de aumentar a despesa para além da inflação do ano anterior. “Sou a favor do retorno do auxílio emergencial observando a necessidade de corte de gastos em áreas não essenciais, preservando os investimentos imperativamente necessários na saúde, segurança e educação”, argumenta. O auxílio emergencial – que foi pago a 68 milhões de desempregados e trabalhadores informais – custou R$ 330 bilhões aos cofres públicos federais entre abril e dezembro de 2020. O valor representa 10 vezes o orçamento anual do Bolsa Família. Nos últimos dias, após pressão do Congresso, o presidente Jair Bolsonaro passou a admitir a volta do benefício. Até o ano passado, ele dizia que a continuação do auxílio “quebraria” o País. A equipe econômica do governo tem defendido a adoção de medidas de arrocho para compensar o gasto com o auxílio emergencial. Nos últimos dias, surgiu até a ideia de criar um imposto temporário, nos moldes da CPMF. A medida é necessária para que o governo não descumpra o teto de gastos. O desrespeito à regra pode levar ao cometimento de crime de responsabilidade, o que pode gerar impeachment de Bolsonaro. A menos que o Congresso dê nova autorização excepcional, o que levaria ao endividamento do Brasil e iria de encontro às expectativas do mercado.

Nenhum comentário:
Postar um comentário