sábado, 2 de maio de 2020

União por democracia, saúde e ‘fora Bolsonaro’ dominam o 1º de Maio

Vitor Nuzzi, da RBA - O inédito 1º de Maio virtual, transmitido de forma ininterrupta durante quase seis horas nesta sexta-feira, reuniu adversários políticos, líderes sindicais e artistas, com discursos menos e mais explícitos contra o governo e em defesa do isolamento social durante a pandemia. Houve manifestações pelo impeachment e pela renúncia de Jair Bolsonaro e projeções sobre o cenário brasileiro pós-pandemia. Terminou às 17h15 com vários artistas cantando O Sal da Terra, de Beto Guedes. O verso “Vamos precisar de todo mundo” foi o mote do evento, em dia também dedicado a angariar solidariedade às vítimas diretas e indiretas do coronavírus.
A ex-presidenta Dilma Rousseff (PT) disse que Bolsonaro “avilta a cadeira de presidente da República”, Ciro Gomes (PDT) falou em novo projeto de desenvolvimento (“Que possamos ser capazes de organizar a nossa luta e reconquistar os nossos direitos”) e Fernando Henrique Cardoso (PSDB) – uma participação que causou incômodo – afirmou que é preciso união para defender a democracia e a liberdade. “O grande indutor do desenvolvimento é o investimento público”, acrescentou o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB).
Antes do início da transmissão do evento, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva já havia se pronunciado falando em solidariedade às vítimas da pandemia e de quem está tentando salvar vidas. “A história nos ensina que grandes tragédias costumam ser parceiras de grandes transformações”, afirmou. A presidenta do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), disse que “nunca ficou tão evidente para a sociedade a importância do trabalho humano, da força humana para a geração de riqueza”. “Não é o mercado que faz a economia girar”, emendou.
Pelos partidos, também participaram a ex-deputada Manuela D’Ávila e a presidenta do PCdoB, Luciana Santos, os presidentes do PDT, Carlos Lupi, e do PV, José Luiz Penna, a ex-candidata Marina Silva (Rede) e os deputados Alessandro Molon (PSB-RJ), Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força (SD-SP), e Valdevan Noventa (PSC-SE). A presença de Rodrigo Maia (DEM-RJ), presidente da Câmara, não se confirmou.
Quase no final, a esperada “atração internacional”, o cantor inglês Roger Waters, saudou os trabalhadores nestes “tempos conturbados” e cantou We Shall Overcome (Venceremos, em tradução livre). São os sindicatos, os trabalhadores e as pessoas comuns que vão salvar o mundo, afirmou.
Pouco antes, o ator norte-americano Danny Glover havia dito que o Brasil teve recentemente interrompido um processo de transformação social, iniciado por Lula. E finalizou com o bordão “A luta continua” em português.

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