terça-feira, 6 de outubro de 2015

Sobre a falta d’água em Macau


Pessoal, vou falar um pouco a respeito da crise no abastecimento d’água em Macau. A questão central é que a cidade é abastecida pela barragem Armando Ribeiro Gonçalves, em Assu e o reservatório está com pouco mais de 20% de sua capacidade. Diante disso, a ANA – Agencia Nacional de Águas, reduziu a vazão da água que vai para Macau e região. Além da redução, há desvios não autorizados, feitos por criadores de camarão, o que diminui ainda mais a quantidade de água e isso precisa ser fiscalizado pela ANA.
No último sábado, fui pessoalmente ao local da captação de água, em Pendências. Com o rio quase seco e reduzido o volume liberado pela barragem, a água captada para bombeamento também foi bastante reduzida. Há momentos em que simplesmente a água não chega ao ponto de bombeamento por causa do baixo volume.
O problema é muito mais sério e grave do que pensam. Quando houve a crise mais aguda, em agosto, todos se preocuparam, o que é natural. Porém, quando a água chegou, não se falou mais no problema. E ele nunca deixou de existir, pois sem chuva a barragem não é reabastecida e a redução é inevitável.
Fizemos coleta de água em vários pontos da cidade e dos distritos, para que a Caern avaliasse a qualidade da água e atestasse se havia vazão para ser utilizada em casos emergenciais. Continuamos fazendo testes e coletando amostras para tentar encontrar uma solução para o problema.
Quanto a questão do poço da Rua Marechal, o que sabemos é que ele jorrou ininterruptamente por cerca de 50 anos; nunca foi feita uma análise técnica da qualidade da água. O que sabemos é que era uma água quente e salobra. Tivemos a ideia de tentar reabrir o poço para que pudesse ser feita a análise para, se possível, também ser usada em situação emergencial. Sem a análise, nunca saberemos se a água tem ou não gases tóxicos; se pode ou não ser tratada e servir ao consumo humano. Há outros poços que também estão sendo avaliados.
Quanto a questão atual que falei, a respeito do local de captação, vou levar ao presidente da Caern amanhã, a solução paliativa para esse problema, que é aquisição de uma bomba flutuante, que possa captar a água de locais onde haja maior volume e passar diretamente para o local de bombeamento, sem a necessidade de quebrar o concreto do piso que dá o nível e recebe atualmente a água por gravidade. Com a bomba flutuante e com outras bombas fazendo o bombeamento para a estação de tratamento, temos como aumentar o volume de água e evitar a falta total, como está acontecendo agora.
O fato é que não adianta buscarmos culpados para essa situação. Não resolve o problema. A questão é que estamos há quatro anos sem chuvas e o volume da barragem foi reduzido; e pode piorar ainda mais se não chover. Precisamos de solução pontual, mesmo que paliativa; e devemos continuar buscando uma solução definitiva para o problema da falta d’água em nossa cidade e pedir a Deus que ilumine um caminho que nos traga a solução.
Tulio Lemos

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