domingo, 30 de agosto de 2015

Em meio a críticas, Dilma recua de plano de recriar CPMF

Em meio a críticas, Dilma recua de plano
de recriar CPMF
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Mudança ocorre após notícia "vazar" e presidente ficar sem apoio para levar adiante a proposta
VERA ROSA - O ESTADO DE S. PAULO
Pressionada por políticos, empresários e com o governo dividido, a presidente Dilma Rousseff desistiu do plano de recriar a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF). O governo não incluirá a CPMF na proposta orçamentária a ser enviada nesta segunda-feira ao Congresso e, se necessário, deixará explícito o déficit nas contas públicas.
O recuo ocorreu porque a notícia de volta da CPMF "vazou" e a presidente não teve apoio para levar adiante o processo, em meio à crise política. Um ministro disse ao Estado que houve muita insatisfação com a forma com que o assunto foi tratado porque, ao propor o retorno da CPMF, o foco fiscal não era o objetivo principal do Palácio do Planalto.
"Essa questão da CPMF era de financiamento da saúde, assim como estamos tratando o assunto da Previdência", afirmou um auxiliar direto de Dilma. "Mas, agora, o momento não é apropriado para essa discussão".
Sem a nova CPMF, a meta de superávit primário de 2016, de 0,7% do PIB, terá de ser reduzida novamente e é possível que haja corte de programas sociais. Para fechar o Orçamento do próximo ano, o governo tem de cobrir um rombo de aproximadamente R$ 80 bilhões. Pelos cálculos da equipe econômica, a cobrança do "imposto do cheque", como ficou conhecida a CPMF, daria uma arrecadação líquida de R$ 68 bilhões para o governo federal, já descontando o repasse para Estados e municípios.

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