domingo, 14 de setembro de 2014

CONSIDERAÇÕES SOBRE AS ELEIÇÕES EM ANGICOS

Modesto Neto
Por Modesto Neto*
Eu poderia tratar neste artigo sobre o cenário da política no Rio Grande do Norte: problematizar a questão das pesquisas como mecanismo para indução da vontade popular, questionar o financiamento privado das campanhas que descambam na relação perniciosa entre o Poder Público e a corrupção operada em obras superfaturadas pelas mesmas empresas financiadoras dos políticos. O que quero tratar com exclusividade é da eleição para o Governo do Estado na minha cidadezinha de Angicos, interior potiguar e berço da oligarquia Alves.
O que merece destaque neste pleito é que a grande massa da população está descrente que essa eleição mudará algo na vida delas. Reuniões e atividades política que outrora reunia 2 ou 3 mil pessoas, hoje demonstram o desencanto da população com a velha política nesta eleição. O poderoso deputado Henrique Alves se diz de Angicos, mas é difícil encontrar alguma luta empreendida por esse em prol do pequeno município. Na cabeça da oligarquia Alves, Angicos representa apenas um pequenino colégio eleitoral com pouco mais de 9 mil votos que devem ser recolhidos por eles nas eleições á cada dois anos.
Em Angicos os dirigentes do PMDB, PSB e DEM que congregam os ex-prefeitos Ronaldo Teixeira e Clemenceau Alves e o prefeito Júnior Batista apoiam a empreitada do poderoso deputado envolvido com o esquema de corrupção da Petrobras, senhor Henrique Alves. Ninguém dúvida que Henrique Alves é o que existe de pior na política potiguar e nacional, mas é certo também que o Vice-governador, Robinson Faria do PSD, esforça-se bastante para ser tão ruim quanto seu concorrente.
Em Angicos Robinson é apoiado pelo empresário e vice-prefeito Deusdete Gomes do PTB. Além de corriqueiramente usarem camisas vermelhas, Robinson e Deusdete têm semelhanças ainda maiores. Robinson foi o vice-governador do pior governo da história contemporâneo do RN que é Governo Rosalba Ciarlini Rosado, enquanto que Deusdete foi o vice-prefeito da atual gestão que passa por uma forte crise de desaprovação popular. Ambos indicaram cargos de comando (secretarias), ocuparam espaços de poder, mas diante do desgaste popular afastaram-se do Poder Executivo como nada tivessem haver com as gestões, esquecendo-se que são parte integrante dos respectivos governos. Entre o empresário e o candidato esta é a maior semelhança entre ambos.
Se fomos nos alongar nas contradições dos dois blocos políticos da cidade teríamos que nos dedicar a escrever uma coletânea de livros, pois, um breve artigo jamais daria conta de tantas confusões. Apenas – com brevidade – para mostrar como o que movimenta os grupos políticos tradicionais são interesses e não programas políticos basta perceber que todos os “líderes” foram aliados e adversário. Clemenceau Alves (do PMDB) já foi o vice-prefeito de Jaime Batista (já falecido, então no DEM) que é tio do atual prefeito

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