segunda-feira, 9 de junho de 2014

Em entrevista à Época, Rosalba conta mágoas do DEM e diz que a sigla tende a se acabar



Governadora do Rio Grande do Norte, Rosalba Ciarlini é um espécime em extinção em seu partido, o DEM.

Enquanto o PT tem quatro governadores de estado, o PSDB cinco e o PMDB sete, o DEM tem apenas um – no caso, Rosalba.

Até 2010 ela tinha a companhia de Raimundo Colombo, governador de Santa Catarina. Mas, em 2011, Colombo seguiu como vários companheiros para outro hábitat, o PSD.

Agora, a espécie dos governadores corre risco de extinção no hábitat do DEM.
Na semana passada, em uma reunião em Natal comandada pelo senador José Agripino Maia, ficou decidido que Rosalba não será candidata à reeleição.

A intenção do encontro foi antecipar uma decisão que deveria ser tomada na convenção do partido no estado, marcada para o dia 15.

Como a gestão de Rosalba é mal avaliada nas pesquisas, Agripino preferiu desistir dela para apoiar o candidato do PMDB, o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves.

A ideia de Agripino é, com a aliança, tentar eleger uma bancada maior de deputados estaduais e federais para sobreviver – afinal, o DEM vem diminuindo de tamanho desde 2003.

Impedida de tentar a reeleição, Rosalba falou de sua situação na entrevista a ÉPOCA. Seus muitos momentos de silêncio durante a conversa e as escusas nas respostas dizem tanto quanto suas palavras sobre o assunto.

Mesmo cuidadosa, ela vaticina: “O DEM tende a sumir”.

ÉPOCA  Qual é a importância para o DEM da sua não-candidatura? A senhora é a única governadora do partido.
Rosalba – Eu acho que você tem de perguntar a eles.



ÉPOCA – Mas qual a opinião da senhora? 
Rosalba – Só tínhamos dois (governadores). Perdemos um. A única que ficou está sem condições de colocar seu nome. O DEM tende a sumir. 



ÉPOCA – Com a decisão de impedir a sua reeleição, o DEM está se apequenando?
Rosalba – Eu acho que, na realidade, era para estarmos lutando para termos mais governadores, como se luta para ter mais prefeitos, que são a base das eleições. Tendo mais governador cresce também a bancada. Muita coisa eu não posso responder por eles.



ÉPOCA – Como foi a reunião da semana passada? A senhora já percebeu um clima desfavorável?
Rosalba – Já percebi, porque na realidade o diretório vem de longas datas, ele (o senador José Agripino Maia) é o presidente do partido, sempre foi. Então, é claro que não tem se renovado muito o diretório. Teve votos nulos, votos em branco, teve abstenções – poucas, mas teve. Então, não havia unanimidade.

ÉPOCA – A votação foi aberta?
Rosalba – Não, foi secreta. 



ÉPOCA – O senador Agripino Maia fez algum tipo de consideração?
Rosalba – Não, foi só isso. Ele encaminhou mostrando a necessidade de o partido crescer suas bancadas e, para isso, não poderia ficar só (na disputa eleitoral); que o governo até então não tinha montado uma arco de alianças. Eu ponderei que, para você montar um arco de alianças, você precisa que as lideranças do partido ajudem.



ÉPOCA – A senhora está desapontada com ele?
Rosalba – Eu preferia não fazer nenhuma observação. 



ÉPOCA – Por quê? 
Rosalba – (silêncio) Deixa... Eu estou refletindo.

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