quarta-feira, 2 de maio de 2012

Caso de jovem grávida de Assú que morreu em Mossoró é alvo de investigação


O Comitê Estadual de Mortalidade Materna está investigando as circunstâncias da morte de duas gestantes no município de Mossoró, na segunda quinzena de março. A informação foi confirmada pela vice-presidente da Sociedade de Ginecologia e Obstetrícia do Estado, Sogorn, Maria do Carmo Lopes de Melo. A médica afirmou que os municípios de residência dessas mulheres e o hospital onde foram registradas as mortes foram orientados a fazer a investigação. Segundo Maria do Carmo, no caso do município, a investigação deve focara investigação em três pontos: ambulatorial, familiar e hospitalar. Já o hospital precisa averiguar as condições em que se deu a ocorrência para se poder avaliar se era uma morte evitável. Uma das mulheres, uma jovem residente em Assú, de apenas 16 anos, grávida de cinco meses, morreu no dia 14 de março, quando era levada para  atendimento no Hospital ‘Parteira Maria Correia’ – o Hospital da Mulher, em Mossoró. Sobre o mesmo caso, a secretária municipal de Saúde de Assú, Lucianny Edja Guerra de Massena, chegou a declarar em entrevista a esta emissora que o caso seria apurado. Porém, ela não mais e pronunciou com referência ao assunto. Segundo informações dadas pelo presidente do Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Norte, Cremern, Jeancarlo Fernandes, a jovem teria chegado sem vida ao Hospital da Mulher. A outra grávida, Jércia Fameli, de 26 anos, morreu no dia 22 de março. Residente em Mossoró, Jércia estava internada na Casa de Saúde Dix-Sept Rosado, teve complicações no pós-parto e o quadro evoluiu para uma situação de Unidade de Terapia Intensiva, UTI, indisponível na unidade. Na época, os cinco leitos de terapia intensiva (adulto) da Casa de Saúde Dix-Sept Rosado estavam sem funcionar por falta de profissionais. Os médicos tentaram  transferência para a UTI do Hospital da Mulher, mas Jércia não resistiu. Morreu dentro da ambulância do Samu, a caminho da unidade. A vice-presidente da Sogorn, Maria do Carmo, afirmou que a entidade tem cobrado dos municípios e do Estado que intensifiquem a vigilância de forma a reduzir os óbitos. O Rio Grande do Norte, segundo dados do Ministério da Saúde (correspondentes ao ano de 2009), registra entre 81,0 e 95,5 mortes maternas por cada 100 mil nascidos vivos. Somente em Mossoró, segundo informações do portal ODM (Acompanhamento dos Objetivos do Milênio), a relação é de 76,8 mortes maternas por 100 mil nascidos vivos (indicadores de 2010), bem acima da taxa brasileira, que é de 68/100 mil nascidos vivos. Segundo Maria do Carmo, a situação da obstetrícia é preocupante. A médica frisou que para que se tenha uma sala de parto funcionando normalmente, com garantia de pleno atendimento, é preciso ter recursos humanos qualificados. Além disso, as unidades que recebem paciente de médio e alto risco precisam dispor de UTI. Segundo a médica, o Governo do Estado vem sendo alertando das precariedades. Na sala de parto, além do obstetra, é preciso que se tenha um pediatra, uma enfermeira obstétrica e um anestesista

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