quarta-feira, 30 de novembro de 2011

“Apoio” de Carlos e Rosalba à Larissa cheira à chantagem

 



“Nossos primos são nossos grandes adversários, mas o nosso grupo é hegemônico”, afirmou o ex-deputado estadual Carlos Augusto Rosado (DEM) ao site Congresso em Foco, em reportagem especial sobre as oligarquias do Nordeste.
“Quando éramos jovens, nossa luta era da pedra para o fuzil. Agora já estamos velhos”, complementou Carlos.
Essas declarações dadas por Carlos Augusto Rosado (DEM) saíram na reportagem especial denominada de “Três famílias dominam a política do Rio Grande do Norte”, em maio deste ano.
Carlos, o todo-poderoso; Sandra, "a poderosa": união possível
No dia 22 de maio, em sua casa de praia em Tibau (42km de Mossoró), ele e a sua mulher, governadora Rosalba Ciarlini (DEM), receberam vereadores de todas as bancadas, com assento na Câmara de Mossoró. Não convidaram a prefeita  de direito Fátima Rosado (DEM), a “Fafá”, aliada de ambos, ou qualquer secretário municipal.
- Ela (Larissa) pode ser a nossa candidata – afirmou o todo-poderoso Carlos Augusto Rosado, ouvido diretamente por dois vereadores, numa referência à adversária Larissa Rosado (PSB), filha de sua prima e prima de Rosalba, deputada federal Sandra Rosado (PSB).
Foi o sucificente para o vereador oposicionista Jório Nogueira esticar o braço direito a alertar Lahyrinho Rosado (PSB),  irmão de Larissa e filho de Sandra, do outro lado da mesa, quanto ao que ouvira: “´Viu`”, Lahyrinho, ´viu` aí?”
Despertado, o parlamentar logo ligou do seu celular para a mãe, passando-o a Carlos.
- É ‘A poderosa’ - identificou o vereador, utilizando um epíteto que vez por outra Carlos adesiva na prima.
Essas são apenas duas das muitas situações que mostram que é possível um entendimento político entre as duas bandas do clã Rosado, com vistas à política local e até estadual. Carlos e Rosalba podem, sim, apoiar Larissa.
Pouco provável
É possível, mas não é provável para 2012 – como já repeti em várias postagens.
Sem dúvidas, num tempo e espaço futuro, os Rosado devem voltar a ser um só: monolítico. Por quê? Em face de uma ameaça comum ao seu poderio, como ocorre há milhares de anos na política e no jogo de poder, entre tribos aborígenes primitivas e estados modernos.
É uma questão de sobrevivência.
No momento, se existe uma ameaça real aos Rosado, ela é Rosado: a relutância da facção da prima Fafá, comandada por seu irmão e prefeito de fato, Gustavo Rosado (PV), em largar o poder em favor dos seus “senhores”, Carlos e Rosalba.
O casal é que deu vida política à família da prefeita atual, eleita para dois mandatos. Agora, quer a cadeira de volta para Ruth Ciarlini (DEM), vice-prefeita, irmã de Rosalba.
Na oposição a Carlos e Rosalba, praticamente não existe nada ou ninguém em Mossoró. O grupo de Sandra faz contraponto à prima Fafá e família. O litígio deixou de ser político e virou arenga pessoal, com vários incidentes.
Rosalba, até aqui, praticamente não é alvejada. E, mantendo essa “janela” lúdica aberta, se preserva como “intocável” em Mossoró.  Segura a “ísca” que o esquema de Sandra e Larissa continua roendo.
Com a eleição municipal de Natal praticamente dada como perdida, o casal governista estadual não admite em hipótese nenhuma perder Mossoró. Daí, até a possibilidade de cooptar Sandra e Larissa, em nome de uma troca de favores para 2014, quando aí sim o clã caminharia unido para a reeleição de Rosalba.
Larissa: "oposição" só à Fafá
Na cabeça de Carlos, a biografia de Rosalba e a sua, por conseguinte, será completada com a reeleição ao governo (2014) e um mandato a mais ao Senado (programado para 2018). Mossoró não pode, assim, cair em mãos inconfiáveis ou “inimigas” – conforme seu planejamento.
Por enquanto, essa conjectura de apoio à Larissa cheira à pura chantagem. Carlos e Rosalba sabem que Gustavo e Fafá, além do deputado estadual Leonardo Nogueira (DEM), criados no “laboratório” de Sandra, sofrem de pânico com a simples possibilidade de Larissa ser prefeita. É como vampiro que corre da cruz.
Ceder a cadeira para Ruth seria uma espécie de mal menor.
Claro que, adiante, nas urnas, tudo deverá ser também combinado com o povo.
O lengalenga familiar continua.
Aguardemos as cenas dos próximos capítulos.

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