Senadores de vários partidos revezaram-se nesta segunda (15) na tribuna do Senado para discursar em favor de medidas da presidente Dilma Rousseff de combate à corrupção no governo.
O senador Pedro Simon (PMDB-RS) disse que o objetivo das manifestações é criar um "movimento" de apoio à presidente, que tem sofrido com pressões da própria base aliada.“ Segundo Simon, a sociedade brasileira "quer justiça e ética" no combate às irregularidades.
"Quando começamos o movimento Diretas Já, não éramos mais que meia dúzia [de parlamentares] na Câmara dos Deputados, e conseguimos. Hoje, a sociedade toda quer justiça, ética e dignidade"”, afirmou o senador.
Só no Ministério dos Transportes, 24 servidores foram demitidos ou afastados desde que denúncias de irregularidades tiveram início, no início do mês de julho. Entre os que deixaram o cargo está o ex-ministro e senador Alfredo Nascimento. O PR, partido do senador, já deixou o bloco do governo no Senado e ameaça a deixar o bloco também na Câmara.
Na semana passada, a Operação Voucher, da Polícia Federal, prendeu por suspeitas de irregularidade integrantes da cúpula da pasta, como o secretário-executivo, Frederico da Silva Costa, e um secretário do ministério, o ex-deputado federal Colbert Martins (PMDB-BA).
"É hora de nós empoderarmos a presidente da República para que ela tenha a autonomia política necessária para que implemente essas mudanças e acabe com o fisiologismo político que existe no Congresso Nacional. A presidente tem o poder de interferir nos ministérios quando e sempre que necessário para livrar o país da corrupção", disse a senadora Ana Amélia Lemos (PP-RS).
O senador Jorge Viana (PT-AC) defendeu as medidas de combate à corrupção, mas destacou que as ações não podem ser cometidas com abuso. “"Que ninguém cometa, se é que foi cometido, abuso. É preferível sofrer injustiça do que cometer uma injustiça. Essa mistura é muito perigosa", assinalou.
O senador Mozarildo Cavalcante (PTB-RR) também subiu à tribuna para manifestar apoio à presidente, e disse que as ações de combate à corrupção devem ser tomadas, independentemente de quem está envolvido. O senador pediu apoio para que o movimento em favor das ações da presidente cresça no Senado.
"A corrupção em qualquer área significa tirar a vida das pessoas [...] Portanto, nós temos sim de ter uma postura clara de quem está a favor da decência e de ter um governo como este que não tem medo de demitir A, B ou C. Temos de fazer este movimento crescer. Aqui no Senado, temos a maioria para dar à presidente Dilma esta tranqüilidade", declarou Cavalcante.
Para o senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES), "é preciso que neste momento a gente apóie a verdadeira faxina que a presidente Dilma está fazendo na política brasileira".
Em manifestação durante o discurso de Ferraço, Pedro Simon pediu apoio de outras entidades como a Confederação Nacional dos Bispos (CNBB) e a União Nacional dos Estudantes (UNE) para que o movimento de apoio às medidas da presidente tenha mais força.
O senador Pedro Taques (PDT-MT) pediu a criação de uma frente de combate à corrupção. “"Quem rouba o dinheiro público é lixo. É nojento. A corrupção mata. Ela rouba o futuro das crianças. O que queremos é buscar os princípios da República"”, ressaltou o senador.
"Siga em frente, presidente Dilma. Faxina se faz limpando o que há debaixo do tapete", afirmou Randolfe Rodrigues (PSOL-AP).
O oposicionista Álvaro Dias (PR), líder do PSDB no Senado, ocupou a tribuna para dizer que não iria aplaudir a presidente Dilma, mas os órgãos responsáveis pelas denúncias de irregularidades.
"Só o discurso não resolve. Me refiro à própria presidente da República, que se refere a uma limpeza no governo. É retórica, e só retórica não resolve. Hoje eu gostaria de aplaudir, não a presidente Dilma, mas a imprensa do Brasil, a Polícia Federal e a Controladoria da União",enfatizou Álvaro Dias.
Fonte: Portal G1
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