Henrique Eduardo diz que foi constrangedor fazer a campanha de 2010 longe de Garibaldi Filho
Na entrevista, Henrique comentou as disputas jurídicas travadas entre o senador José Agripino e o vice-governador Robinson Faria, ambos lideres do DEM e o PSD, na criação do novo partido, e optou que o mais importante neste momento, seria a manutenção da união da bancada federal, em torno dos projetos para o Rio Grande do Norte.
Em suas palavras, Henrique não é claro, mas deixa transparecer ter se arrependido de fazer a campanha política do ano passado, separado do seu primo Garibaldi Filho, já que enquanto Garibaldi apoiou Rosalba Ciarlini, Henrique Alves ficou com o então governador Iberê Ferreira (PSB). Henrique já adiantou, que nunca mais essa separação irá se repetir.
José Wilson – O ministro Garibaldi Filho tem fortalecido o PMDB em varias regiões do estado conquistando filiações e adesões de lideres políticos, vereadores, ex-prefeitos e prefeitos. Qual o balanço que você faz deste trabalho de fortalecimento partidário?
Henrique Alves: Eu acho que é muito importante. Nós temos hoje dez prefeitos de outros partidos que querem vir para o PMDB. Dezenas de vereadores, que mesmo na vinda de Roberto Germano que era do PC do B, ex-prefeito, se filiou ao PMDB, o ex-deputado Álvaro Dias, que foi estadual, federal, que estava no PDT, voltou para o PMDB, Nilton Figueiredo, ex-prefeito de Pau dos Ferros, voltando para o PMDB, dezenas de filiações em todo o estado mostrando que vale apena ser do PMDB. Por quê? Porque o PMDB é um partido que amadureceu, eu não vou negar que é um partido normal, feito por homens e mulheres normais, que tem qualidades e defeitos, que acertam que erram. Um partido que no passado teve suas divisões, um partido que cometeu seus erros, mas agora é um partido que pelo amadurecimento, se conservou. O partido hoje tem respeito no Congresso Nacional, nos debates. Então é um bom momento para o PMDB. Aqueles que estão dentro e se orgulham disso, e os que estão fora, observam isso e querem participar desse time, desse momento do PMDB.
Esta ampliação do partido através de adesões significativas em todo estado é uma preparação para disputa das eleições municipais em 2012, mas de olho em 2014?
É natural, pois nós temos até setembro a fase de filiação para quem quiser disputar mandato eletivo um ano depois. Nós temos até o inicio de outubro, para quem quiser disputar a eleição do próximo ano. Não posso negar que a procura é muito grande para se filiar ao PMDB. 2014 está distante, mas todos nós sabemos que os primeiros passos são dados nas eleições municipais. O PMDB queria e desejava ter 100 candidatos próprios as prefeituras do RN, já temos 96 desses pré-candidatos. O PMDB tem hoje 40 prefeitos, poderá ter 50 com os que vão chegar e a nossa meta é eleger 70 prefeitos no próximo ano. Têm hoje no Brasil 1200 prefeitos e quer chegar a 1500. Então é uma meta ousada? É. Nós estamos sentindo o bom momento que vive o PMDB, de respeito, de consideração, de solidariedade, de lealdade, transparência de ética.
O senador Garibaldi Filho além de outros correligionários e até membros de outros partidos defendem a sua candidatura ao senado após 10 mandatos deputado federal. Apesar da distancia que nos separa da eleição de senador, você examina e admite disputar o senado?
Está muito cedo pra isso. Pela experiência que nós temos, quando formos parar para disputar uma eleição majoritária em 2014, você começa a ganhar adversários de todo tipo, de todo canto. Eu acho que é muito cedo para esse tipo de pré-disputa, antecipar disputa, quando eu acho que nessa hora, nós temos que unir o RN. Se você se coloca como candidato em um posto majoritário, você começa a dividir a base do estado. Então eu acho que está muito cedo pra isso. Eu vejo aí outros nomes, o vice-governador Robinson, que é um grande nome no estado, a deputada Fátima, todo o nosso respeito, são grandes nomes que estão aí se aventurando no noticiário, eu quero tirar o meu, que eu acho que essa não é a hora de discutir 2014, esta é a hora de trabalhar pelo RN.
Você é conhecido como um político que defende o seu partido até com riscos de desgastes. Como o deputado como presidente do PMDB estadual examina esses questionamentos jurídicos e políticos entre o DEM e o PSD a nível estadual? Você acredita que esse clima possa rachar a base de apoio ao governo Rosalba Ciarlini?
Olha, eu confesso que vi com preocupação, não acho que toda uma base política, isso seja uma coisa produtiva, positiva. Recentemente saímos de uma eleição. Nós temos é que, independente de ter votado ou não votado, nós temos que ajudá-la, ela é a governadora de fato e de direito, ela precisa de apoio para fazer um governo, como eu espero que ela faça. Aqueles que votaram têm o dever de ajudá-la. Então eu vejo isso com preocupação, o que eu puder fazer a distância, contando alguma observação, fazendo alguma observação, os partidos da base aliados passam se unir. O PSD procurando fazer o seu partido no Brasil, liderado pelo prefeito de São Paulo, o kassab, a quem eu respeito muito, o vice-governador Robinson procurando com sua base fazer um partido novo, acho que é um direito dele. Agora o DEM vem vencendo, porque o PSD tirou vários parlamentares do DEM a nível de bancada federal, no senado da república, então o DEM procura reagir a essa investida que sofreu pelo novo partido do prefeito Kassab. Então cada um tem sua razão, cada um é legitimo naquilo que acredita.
Pela sua larga experiência política como espera seja a postura da governadora partindo do principio que ela é a maior líder política do DEM, além de ser a governadora que tem no alicerce político do seu governo os dois partidos que estão discutindo na justiça a validade do PSD e no campo político com agressões e acusações?
Eu não tive e não tenho ainda uma maior convivência, que possa conhecer melhor essa forma de pensar, agir e reagir. Portanto, Garibaldi hoje convive muito melhor, muito mais próximo, pode estar interpretando como é que ela vai fazer, tentar acalmar aí os espíritos. Eu não conheço bem sua historia, a sua maneira de agir, a sua maneira de reagir, não posso opinar, eu apenas torço, para que sua base possa se manter unida, por que é importante para o seu governo, e a oposição daqueles que não votaram nela, como uma parcela do PMDB, também quer ajudá-la. Então que o Estado tenha maiores investimentos, vá buscar isso no governo federal, nós temos que estar unidos. Porque o Ceará sempre se une, o Pernambuco está se unindo, a Bahia, mais do que nunca. Então nós temos que ter essa amizade aqui, para que na hora de decidir os investimentos, as prioridades, nós possamos mostrar um RN maduro, responsável.
No inicio do governo Rosalba Ciarlini você se prontificou a ajudar, com a sua influencia nos ministérios a governadora que assumia o governo cheio de dificuldades. Inclusive você abriu as portas do Palácio do Planalto para a mesma. Diante deste comportamento, a imprensa do estado tem ventilado que você estaria passando a apoiar o governo Rosalba, levando para a base governista deputados, prefeitos, vereadores e lideranças municipais. Finalmente, o que há de concreto nestas especulações?
Eu não posso negar. Garibaldi está muito próximo a ela. Nós nos distanciamos na campanha, com compromissos que um tinha e o outro também, mas eu não quero mais passar uma campanha distante de Garibaldi. Eu acho que atravessamos a campanha, tivemos mais de 1 milhão de votos, eu tirei a minha maior votação da história, mas que deu muita dificuldade, muito constrangimento. Eu não quero mais fazer uma campanha distante de Garibaldi e não farei. Então nós vamos encontrar em algum momento, para que nós façamos juntos a unidade do PMDB. Agora o governo Rosalba teve sua bancada na assembléia, teve o seu apoio no congresso nacional, e aquilo que eu puder ajudar independente de estar no seu governo ou não, nós faremos. Tanto que quem levou Rosalba a conhecer e se apresentar a presidenta Dilma, não foi Garibaldi, foi eu. Eu achei importante mostrar a presidenta Dilma, a governadora do nosso estado. Independente de ter votado nela ou não, ela que vai buscar como líder natural, como governadora para trazer os investimentos. Abrir as portas dos recursos para o nosso estado. Agora, o destino é quem vai nos unir mais na frente ou não, isso vai depender da iniciativa dela, onde precisar, quando precisar. O que ela vai querer do PMDB, e aí o PMDB maduro como está sabe que a decisão que tomar, terá que ser ouvida, terá que ser discutida, terá que ser transparente, independente do que está vivendo hoje.
Qual sua expectativa em relação ao comando do PP em nosso estado?
O PP, eu acho que está vivendo um momento difícil, porque não conseguiu fazer crescer o seu partido a nível federal. Agora mesmo com a saída do vice-governador Robinson, para criar um novo partido, o PP fica mais a deriva ainda, muitos estão acompanhando Robinson para esse novo partido. Mas o PP ainda é um partido importante, tem 16 prefeitos no estado, que estão se reunindo para ir a Brasília, para decidir o comando no RN. Eles vão entregar um documento a Dorneles, pedindo que o comando nacional delegue o comando de constituir aqui o partido estadual.
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