Em entrevista ao jornal O Globo (18), Ciro Gomes disse estar seguro de que Bolsonaro não será o próximo presidente do Brasil. Segundo ele, a eleição de 2018 foi marcada por um antipetismo irracional, insuflado pelos escândalos de corrupção petistas. Nas próximas eleições, o eleitor deverá votar tendo em vista a severa crise econômica por que o país passa.
“O predominante vai ser a busca por soluções práticas e concretas. Antes, era a política contra a não política. Agora a experiência terá mais relevância. Antes havia moralismo, por conta do escândalo moral do PT; agora é mais a questão econômica, emprego”, afirma Ciro.
Se concretizado, o derretimento de Bolsonaro pode servir para “descomprimir” o eleitor. Hoje, a rejeição recíproca entre Bolsonaro e Lula acaba por favorecer o cenário de polarização. Parte do eleitorado não aguenta Bolsonaro e vota no PT; e outra parte não aguenta o PT e vota em Bolsonaro. Para Ciro, inclusive, pode haver um cenário de disputa entre ele e Lula, sem Bolsonaro: “Trabalho por um cenário realista no qual Lula e eu estaremos no 2º turno, o que ofereceria ao povo debate de alto nível. E ainda admito a possibilidade de que Bolsonaro sequer esteja na disputa”.
Sobre o manifesto dos presidenciáveis, assinado por Ciro, Doria, Amôedo, Leite, Mandetta e Huck, o ex-governador afirma que a defesa da democracia os uniu para assinar o documento, mas não crê ser provável a união de todos no projeto político defendido pelo pedetista.
Para Ciro Gomes, Bolsonaro é “genocida”; Doria, “não conhece o Brasil”; Mandetta, “bem intencionado”; Huck, “animador de auditório”; e Lula, “ególatra”.
Ciro reitera, ainda, o arco de alianças que poderá construir para 2022. Na mesa, estão DEM, PSD, PSB, PV e REDE: “A nossa tática, do PDT, é agrupar PSB, PV, Rede, como fizemos em muitas cidades em 2020, e expandir aliança para a centro-direita com o DEM e o PSD. Muitas dessas conversas são conduzidas pelo Carlos Lupi, único que fala 100% por mim”.
Em relação ao PT, afirma que Lula não tem nenhum limite para fazer falsas promessas. “Ele promete ao Guilherme Boulos (PSOL) que o apoiará ao governo de São Paulo, mas mantém a candidatura do Haddad”. Em Pernambuco, reduto do PSB, a mesma coisa: “fizeram tudo para derrotar o filho do Eduardo Campos no ano passado, mas agora Lula foi para lá e diz que sempre foi amigo de infância do PSB. Oferece o posto de vice ao PSB e, ao mesmo tempo, ao Josué Gomes”.
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